Você já viu esse filme: em ano eleitoral, as pessoas começam a dizer suas preferências nos votos, geralmente nos candidatos mais conhecidos da população. Aí começam as pesquisas eleitorais de intenção de votos feitas por partidos, veículos de comunicação ou institutos e, de repente, um nome que não estava tão popular acaba se tornando um potencial ganhador do pleito.
Esse tipo de cenário é mais comum do que imaginamos… mas o que será que acontece? Será que as pesquisas eleitorais tem mesmo a capacidade de influenciar os resultados das eleições?
Quando os resultados das eleições são afetados por pesquisas?
Existe na sociedade algo conhecido como “comportamento de manada”, que é quando as pessoas veem outras atuando sob determinado comportamento e querem repetir aquele feito.
Quando percebemos que os resultados das eleições estão de acordo com as pesquisas eleitorais, com um candidato já aparecendo como vencedor por sua crescente popularidade durante o período eleitoral, essa pode ser a explicação mais assertiva.
Nesse caso, os resultados das eleições são determinados pelos indecisos, já que eles estão mais propícios a ter um comportamento condizente com o da maioria. Se um candidato X aparece em primeiro lugar nas pesquisas com uma margem substancial de diferença para o segundo colocado, os indecisos que não definiram seu voto por não entender ou conhecer a plataforma política de ambos tendem a achar que o candidato X é melhor pois tem mais pessoas votando nele.
Esse é um comportamento clássico de manada, pois as pessoas não refletiram sobre o melhor candidato, apenas copiaram o desejo da maioria. Nesse caso, as pesquisas eleitorais podem sim influenciar os resultados das eleições, visto que quem for retratado como a primeira escolha de boa parte dos eleitores vai ser um nome a ecoar na cabeça de quem ainda não definiu completamente seu voto.
Por outro lado, vimos recentemente os resultados das eleições no Brasil e no mundo serem bem diferentes do que os institutos de pesquisa diziam que o pleito seria.
Um exemplo clássico e bem recente foi a disputa, nos Estados Unidos, entre Hillary Clinton e Donald Trump: a maioria absoluta das pesquisas eleitorais conduzidas por institutos especializados ou veículos da imprensa mostravam a democrata com uma boa margem de preferência frente ao republicano. Contudo, quando os eleitores foram a voto, o resultado foi exatamente o oposto.
Como realizar uma pesquisa eleitoral que aponte os resultados corretos?
Tirando o fato de que o processo eleitoral nos EUA é mais complexo que no Brasil, os resultados das eleições de lá podem ecoar por aqui por várias razões.
A primeira é que as pesquisas – que, em ano eleitoral, precisam ser registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de cada região – podem estar sendo feitas da maneira errada, e não só pelos institutos. Partidos e candidatos que queiram ver os resultados das eleições se aproximarem das médias pesquisadas previamente precisam levar em consideração uma série de fatores determinantes antes de colocar os entrevistadores nas ruas.
Primeiro, deve-se ter noção do recorte de entrevistados, uma vez que não adianta nada sair pelas ruas com o questionário nas mãos, abordando gente a esmo e acreditar, no fim das contas, que os resultados das eleições serão precisamente previstos pelas pesquisas.
Como é inviável (incluindo financeiramente) fazer uma pesquisa com milhões de eleitores, é preciso que os pesquisadores escolham a dedo quem serão os entrevistados a responder um questionário eleitoral. As variáveis podem ser renda, escolaridade, lugar onde moram, idade, sexo ou tantas outras que serão definidos a partir de uma metodologia traçada por quem vai comandar a pesquisa.
Nesse caso, a metodologia mais indicada para resultados expressivos é a quantitativa, que não deixa margem para interpretações além do que os dados fechados nos mostram. Assim, fica mais difícil ter algum viés preferencial na hora de fechar as respostas e analisá-las.
O segundo fator determinante para uma pesquisa que preveja com clareza os resultados das eleições é a consideração de que ela pode ter margem de erros – e que, se essas margens se encontrarem, em algum momento, para dois candidatos distintos, é interessante considerar empate técnico.
Ainda que isso não exista em uma democracia, e alguém vá ganhar de qualquer jeito, considerar o empate pode ajudar candidatos e partidos a rever suas estratégias antes das eleições para que, no fim do dia, a população saiba quem foi o grande vencedor. Virar a mesa na reta final é uma das principais vantagens de se conduzir uma boa pesquisa eleitoral.
Quer falar mais sobre isso e entender como prever os resultados das eleições de forma segura, assertiva e econômica? Fale com a Data Goal.